Tudo é entendido em comparação. Quanto mais alto o S&P 500 sobe, mais alarmantes se tornam os avisos vindos de bancos e firmas de investimento, incluindo Goldman Sachs e Morgan Stanley. Os investidores continuam traçando paralelos com a crise da bolha das pontocom e especulam sobre uma nova bolha prestes a estourar. No entanto, a principal diferença entre os gigantes da tecnologia de hoje e as empresas de internet do final do século XX é que as primeiras estão gerando lucros substanciais.

Os investidores estão acompanhando atentamente os desenvolvimentos em torno da inteligência artificial e continuam comprando as quedas no S&P 500. Ninguém quer esperar que a atual tendência de alta termine para que uma nova comece. O menor recuo provoca um aumento no número de compradores. No entanto, é preciso reconhecer que os mercados se tornaram bastante seletivos. Eles estão preocupados com os retornos que as empresas conseguirão gerar a partir dos enormes gastos em tecnologias de IA. Não é surpresa que o aumento nos gastos de capital da Meta Platforms tenha levado a uma queda em suas ações. Em contraste, as ações da Alphabet subiram com a notícia sobre a forma como a empresa comercializa seus serviços.

Dinâmica das ações da Alphabet e da Meta Platforms

O amplo índice acionário se beneficiou das notícias sobre o contrato plurianual de US$ 38 bilhões entre a Amazon e a OpenAI, além da autorização concedida à Microsoft para enviar chips da NVIDIA à Arábia Saudita. O S&P 500 segue em alta, impulsionado por uma das temporadas de lucros mais fortes dos últimos anos. Cerca de 60% das empresas já divulgaram seus resultados, e a maioria superou as previsões de lucro.

Além disso, novembro é historicamente um mês favorável para o mercado acionário dos Estados Unidos. Desde 1928, o índice amplo apresentou ganho médio de cerca de 1% no mês, enquanto alguns de seus pares registraram desempenhos ainda mais expressivos.

Dinâmica sazonal do S&P 500 e outros índices dos EUA

Não se pode dizer que o céu sobre o S&P 500 esteja totalmente sem nuvens.
Os dados de manufatura do ISM decepcionaram os investidores, enquanto vários membros do FOMC expressaram preocupações renovadas com a inflação. Eles se opuseram a um corte na taxa dos fundos federais, o que representa um sinal de alerta para o mercado de ações.

Um dos principais motores do rali de cerca de 40% desde as mínimas de abril tem sido a expectativa de retomada e continuidade do ciclo de afrouxamento monetário.
Caso esse cenário não se concretize, os investidores podem começar a realizar lucros.

De acordo com a Yardeni Research, há muitos compradores ativos no mercado.
Um evento inesperado poderia enganar o sentimento e desencadear uma onda de vendas no S&P 500. Será que esse evento será o shutdown do governo, que já se tornou o mais longo da história, ou a decisão da Suprema Corte sobre a legalidade das tarifas impostas por Donald Trump? As declarações enfáticas do presidente, de que "o mundo inteiro rirá se as tarifas forem revogadas", provavelmente não impressionarão os juízes.

Do ponto de vista técnico, duas velas com longas sombras inferiores se formaram no gráfico diário do S&P 500 — um sinal de fraqueza entre os vendedores. O mercado continua comprando nas quedas, portanto, recuos ou um movimento de alta acima do nível de 6.875 pontos podem oferecer boas oportunidades para a abertura de posições de compras.