Na última sexta-feira, os índices de ações dos EUA fecharam com resultados mistos. O S&P 500 caiu 0,05%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 0,49%. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,49%.

No início desta semana, os índices permanecem próximos das máximas históricas, com os investidores concentrando atenção na próxima decisão do Federal Reserve sobre política monetária. O índice global de ações manteve-se estável após fechar no nível mais alto na sexta-feira, enquanto o MSCI Asia Pacific reduziu ganhos depois de ultrapassar brevemente seu recorde anterior de fevereiro de 2021. Na China, os índices avançaram 0,4%, apesar de dados fracos sobre manufatura e consumo. Já os contratos futuros de títulos franceses de 10 anos caíram, após a Fitch Ratings rebaixar a nota de crédito da França de AA- para A+.

O principal questionamento para o mercado nesta semana é se os membros do Fed irão contrariar as expectativas de uma série de cortes de juros, previstos por muitos economistas até o próximo ano. A decisão de quarta-feira definirá o tom para os mercados globais, mas não será o único evento relevante: o Banco do Canadá, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão também anunciarão decisões sobre política monetária, tornando a semana decisiva para os bancos centrais ao redor do mundo.

Enquanto isso, na China, a atividade econômica desacelerou pelo segundo mês consecutivo, surpreendendo negativamente devido a uma queda acentuada nos investimentos. Os dados de agosto oferecem pouco incentivo: as exportações continuam pressionadas pelas tarifas, e a desaceleração do mercado imobiliário pesa sobre a demanda interna. Ainda assim, os mercados parecem relativizar esses sinais negativos. Famílias com dinheiro disponível voltam a investir em ações, e o boom da inteligência artificial impulsiona ganhos em ações de tecnologia. A combinação de liquidez das famílias e o momentum do setor de IA alimenta uma profecia autorrealizável: a valorização das ações atrai novos investidores, que, por sua vez, elevam ainda mais os preços.

No entanto, essa euforia dificilmente se sustentará por muito tempo. É evidente que as autoridades chinesas precisarão adotar medidas mais decisivas para estimular a economia e restaurar a confiança entre grandes investidores. Se as tendências negativas persistirem, mesmo o crescimento robusto em inteligência artificial não será suficiente para compensar os problemas estruturais subjacentes. Políticas fiscais mais agressivas podem se tornar necessárias para apoiar a demanda interna e impulsionar investimentos em infraestrutura. Caso contrário, uma possível bolha nas ações chinesas poderia estourar, com sérias repercussões para a economia global.

Do ponto de vista técnico, a tarefa imediata para os compradores do S&P 500 hoje será superar a resistência mais próxima, em US$ 6.590. Ultrapassar esse nível permitiria um crescimento adicional e abriria caminho para o próximo alvo, em US$ 6.603. Igualmente importante é manter o controle acima de US$ 6.616, o que fortaleceria ainda mais o cenário altista. Caso o apetite por risco diminua e o índice se mova para baixo, os compradores precisarão defender a região de US$ 6.577. Uma queda abaixo desse suporte levaria rapidamente o índice de volta a US$ 6.563 e abriria caminho em direção a US$ 6.552.