Tesla lidera e mercados avançam
Nesta terça-feira, o índice S&P 500 encerrou o pregão em alta, impulsionado principalmente pelo forte avanço das ações da Tesla. O sentimento dos investidores foi favorecido pelas expectativas de progresso nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que buscam resolver o impasse tarifário prolongado que tem pressionado os mercados globais ao longo do ano.
Washington e Pequim: progresso cauteloso
Após a assinatura de um acordo preliminar no mês passado, os mercados aguardam novos avanços. No entanto, as tensões voltaram à tona depois que os EUA acusaram a China de restringir exportações de terras raras — materiais essenciais para indústrias de alta tecnologia, como aeroespacial e de defesa.
Expectativa por avanço ainda hoje
Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, as conversas estão caminhando de forma construtiva, e uma resolução pode ser alcançada já na noite de terça-feira. No entanto, ele alertou que as discussões podem se estender até quarta-feira, se necessário.
Tecnologia sem direção definida
Entre os gigantes do setor de tecnologia, os movimentos foram mistos. As ações da Tesla saltaram 5,6%, enquanto os papéis da Microsoft recuaram 0,4%. Já a Alphabet subiu 1,4% após analistas informarem que a OpenAI pretende utilizar a infraestrutura de nuvem do Google para atender à crescente demanda computacional.
Principais índices dos EUA fecham em alta
No encerramento do pregão de terça-feira, os principais índices acionários dos EUA registraram ganhos sólidos:
O S&P 500 subiu 0,55%, aos 6.038,81 pontos;
O Nasdaq Composite avançou 0,63%, para 19.714,99 pontos;
O Dow Jones Industrial Average teve alta de 0,25%, encerrando aos 42.866,87 pontos.
Energia lidera os setores
Dos 11 setores do S&P 500, a maioria terminou o dia em alta. O destaque foi o setor de energia, que subiu 1,77%, seguido pelo setor de consumo discricionário, com ganho de 1,19%.
Foco na inflação
Os investidores agora aguardam com expectativa a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, prevista para quarta-feira. O resultado será fundamental para definir as próximas decisões do Federal Reserve em relação aos juros.
Banco Mundial alerta para desaceleração
Em paralelo, o Banco Mundial reduziu sua projeção de crescimento global para 2025 em 0,4 ponto percentual, para 2,3%, citando o aumento de barreiras comerciais e a intensificação das incertezas geopolíticas como os principais obstáculos à atividade econômica mundial.
Noticiário corporativo revela vitórias e turbulências
As ações da Insmed dispararam quase 29% após a divulgação de resultados promissores de seu medicamento experimental, que demonstrou melhorias significativas na função pulmonar e no desempenho físico de pacientes durante os testes clínicos.
Em contrapartida, a J.M. Smucker, fabricante da clássica manteiga de amendoim Jif, viu seus papéis despencarem 15,6% após divulgar projeções de lucro abaixo das expectativas do mercado.
Snap entra na corrida da tecnologia vestível
As ações da Snap Inc. recuaram 0,1% depois que a empresa anunciou planos de lançar uma versão de consumo de seus óculos inteligentes no próximo ano. Analistas avaliam que a iniciativa poderá intensificar a concorrência com a Meta no mercado crescente de tecnologia vestível.
Mercado de títulos em compasso de espera
Investidores em renda fixa acompanham atentamente os dados de inflação dos EUA que serão divulgados em breve, buscando sinais iniciais sobre os impactos das tarifas nos preços. O leilão do Tesouro americano também está no radar, sendo visto como um termômetro da demanda por dívida pública em meio à crescente incerteza econômica.
Avanço diplomático: estrutura de acordo comercial ganha forma
Em Londres, negociadores dos EUA e da China anunciaram ter alcançado consensos preliminares. Segundo autoridades, uma estrutura para um possível acordo comercial foi delineada e será agora submetida aos líderes das duas nações para avaliação e eventual aprovação.
Incerteza jurídica complica cenário tarifário nos EUA
Nos Estados Unidos, o cenário de tarifas ganhou nova camada de incerteza após uma decisão judicial. Um tribunal federal de apelações decidiu manter temporariamente em vigor as tarifas impostas durante o governo Trump, apesar de uma decisão anterior que buscava bloqueá-las. O impasse adiciona tensão ao ambiente já volátil para os investidores.
Degelo cauteloso na Ásia
Os mercados acionários da região Ásia-Pacífico reagiram com otimismo moderado. O índice MSCI, que acompanha o desempenho das bolsas da região excluindo o Japão, avançou 0,2%.
No Japão, o Nikkei subiu 0,4%, enquanto o ASX 200, da Austrália, também registrou alta de 0,4%.
Futuros da Europa e dos EUA sob pressão
Os contratos futuros dos principais índices europeus iniciaram o pregão com quedas modestas:
• EUROSTOXX 50: queda de 0,2%
• FTSE (Reino Unido): queda de 0,2%
• DAX (Alemanha): queda de 0,2%
Nos Estados Unidos, os futuros também sinalizavam fraqueza:
• S&P 500: queda de 0,1%
• Nasdaq: queda de 0,1%
Mercados cambiais mantêm-se estáveis
As negociações cambiais permaneceram discretas, com poucas surpresas. O dólar americano recuou 0,1% frente ao iene japonês, para 144,73. O euro se valorizou, chegando a US$ 1,1433, enquanto o índice do dólar permaneceu praticamente inalterado em 98,971.
Ouro avança lentamente, petróleo recua
No mercado de commodities, o ouro subiu 0,3%, alcançando US$ 3.333 por onça.
Já o petróleo caiu, com os operadores realizando lucros após o rali que levou os preços próximo das máximas em sete semanas, enquanto aguardam os novos dados dos estoques de petróleo bruto dos EUA:
• Brent caiu 31 centavos, para US$ 66,56 por barril.
• WTI recuou 28 centavos, para US$ 64,71 por barril.