Os mercados acionários dos Estados Unidos não se deixam abalar por estatísticas econômicas decepcionantes. Os investidores interpretam a fraqueza dos dados como um sinal de que o Federal Reserve poderá reduzir as taxas de juros em breve.

Como consequência, os derivativos de juros aumentaram a probabilidade de um corte em dezembro para cerca de 65%, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro recuam. Esse cenário cria um ambiente favorável para o S&P 500, já que custos de financiamento mais baixos tendem a reduzir as despesas corporativas e impulsionar os lucros das empresas.

Os novos dados surgiram após várias empresas anunciarem planos de redução de pessoal nas últimas semanas. Segundo um relatório da Challenger, Gray & Christmas Inc., os empregadores anunciaram, em outubro, o maior número de demissões em mais de duas décadas, levantando preocupações sobre a saúde do mercado de trabalho.

Esse sinal de alerta surge em meio a uma inflação persistente e taxas de juros elevadas, mantidas para contê-la. Há temores de que a política monetária agressiva do Federal Reserve possa desacelerar ainda mais o mercado de trabalho, já que as demissões têm atingido diversos setores da economia — de gigantes da tecnologia a empresas manufatureiras.

O aumento dos cortes de empregos também é preocupante, pois reforça a necessidade de monitoramento mais rigoroso do mercado de trabalho e de medidas de apoio aos profissionais afetados. Dados da Universidade de Michigan mostram que 71% dos entrevistados esperam um aumento do desemprego no próximo ano, o maior percentual desde 1980.

A paralisação governamental mais longa da história dos EUA atrasou a divulgação de indicadores econômicos-chave, incluindo os relatórios de emprego de setembro e outubro. Com isso, os investidores têm se apoiado em indicadores alternativos, como os da ADP, para preencher as lacunas de informação. No mês passado, a ADP anunciou que passaria a publicar uma média móvel de quatro semanas das variações no emprego do setor privado.

Segundo economistas do Goldman Sachs Group Inc., o emprego nos Estados Unidos diminuiu em cerca de 50 mil vagas em outubro, considerando os funcionários participantes de programas de licença governamental. Eles agora veem um risco crescente de deterioração adicional no mercado de trabalho.

Em conjunto, esses fatores aumentam significativamente as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em dezembro, o que poderia levar a uma nova queda do dólar americano em relação a diversos ativos de risco.

Perspectiva técnica para o EUR/USD

No panorama técnico atual do EUR/USD, os compradores precisam focar em retomar o controle do nível de 1,1590. Somente após esse movimento será possível testar a resistência em 1,1620. A partir daí, o par poderia avançar em direção a 1,1640, embora atingir esse patamar sem o apoio dos grandes players seja uma tarefa difícil. O alvo mais distante permanece na máxima de 1,1668.

Caso ocorra uma correção para a região de 1,1570, espera-se uma reação mais ativa dos grandes compradores. Se, porém, não houver entrada de volume significativo, o melhor seria aguardar uma renovação da mínima em 1,1540 ou considerar novas posições de compra a partir de 1,1520.

Perspectiva técnica para o GBP/USD

No quadro técnico atual do GBP/USD, os compradores da libra precisam superar a resistência imediata em 1,3150. Somente após esse rompimento será possível almejar o próximo alvo em 1,3181, nível que deverá apresentar forte resistência à continuidade do movimento de alta. O alvo mais distante situa-se em 1,3215.

Em caso de reversão e queda, os vendedores tentarão retomar o controle sobre a região de 1,3120. Caso obtenham êxito, a quebra dessa faixa representará um golpe significativo para os compradores, podendo pressionar o par em direção à mínima de 1,3085, com potencial para uma extensão do movimento até 1,3050.