Hoje, o iene japonês retomou sua valorização diante da fraqueza do dólar americano, após o relatório JOLTS indicar forte queda nas vagas de emprego e aumento nas demissões. O movimento, no entanto, não reflete uma força intrínseca da moeda japonesa.

No campo político, Hiroshi Moriyama, secretário-geral do partido governista e aliado próximo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, anunciou na terça-feira sua renúncia. No mesmo dia, a mídia local noticiou que o ex-primeiro-ministro Taro Aso deve oficializar nesta quarta-feira sua candidatura à presidência do Partido Liberal Democrático (LDP).

Já no cenário monetário, o vice-governador do Banco do Japão (BoJ), Ryozo Himino, destacou na terça-feira a necessidade de seguir elevando as taxas de juros, mas ressaltou que a incerteza global ainda é significativa. Isso sugere que o banco central não tem pressa em apertar as condições de crédito, o que sustenta a estabilidade do iene. Na quarta-feira, o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, reafirmou essa postura, afirmando que a instituição continuará monitorando atentamente os indicadores econômicos e a inflação em relação às projeções. Investidores, por sua vez, seguem confiantes de que o BoJ avançará gradualmente na normalização da política monetária, apoiado pela expectativa de crescimento dos salários, que pode reforçar a inflação puxada pela demanda.

Enquanto isso, os traders já precificam em cerca de 90% a probabilidade de um corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve ao término da reunião de 17 de setembro. Assim, ainda que o momento do próximo ajuste do BoJ permaneça incerto, as expectativas para as duas políticas monetárias caminham em direções opostas.

Do ponto de vista técnico, os compradores de USD/JPY buscam uma consolidação acima da SMA de 200 dias e da marca de 149,00, o que confirmaria uma quebra altista da faixa de negociação mensal. Com os osciladores diários apenas começando a ganhar impulso positivo, o par poderia avançar em direção a 149,50–149,60, com potencial para atingir o nível psicológico de 150,00 e, posteriormente, testar a máxima de agosto, próxima de 151,00.

No entanto, a fraqueza do dólar após os dados americanos impediu que esse cenário se confirmasse. O suporte imediato está em 148,00: uma quebra decisiva abaixo desse patamar poderia levar o par para 147,50, seguido por 147,00 e pela região horizontal próxima de 146,70. A perda desses níveis abriria espaço para que os ursos retomassem o controle, expondo a mínima de agosto cerca de 146,20 e, em seguida, o nível psicológico de 146,00.