Hoje, o ouro está tentando se recuperar, apesar da força mais ampla do dólar americano, que está prejudicando a recuperação global do metal precioso.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram a conclusão de um importante acordo comercial que estabelece tarifas básicas de 15% sobre a maioria dos produtos europeus exportados para os EUA. Esse avanço ocorre paralelamente às recentes notícias sobre um acordo entre os EUA e o Japão, além de relatos sobre a retomada das negociações entre autoridades norte-americanas e chinesas nesta segunda-feira, para estender a trégua comercial. A combinação desses fatores eleva o apetite dos investidores por ativos de maior risco.

Apesar disso, no momento, recomenda-se cautela em operações ativas com ouro, aguardando sinais mais claros sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve. O principal foco da semana será a reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que começa na terça-feira. A expectativa é de manutenção da taxa básica de juros, considerando a resiliência do mercado de trabalho nos EUA e as preocupações de que as novas tarifas pressionem a inflação na segunda metade do ano. Ao mesmo tempo, o presidente Trump voltou a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell, por sua postura em relação aos juros, levantando preocupações sobre possíveis pressões políticas sobre o banco central. Além disso, o governador do Fed, Christopher Waller, e a vice-presidente de Supervisão indicada por Trump, Michelle Bowman, manifestaram apoio a um corte de juros na próxima reunião de julho, aumentando a tensão entre os investidores que apostam na valorização do dólar.

Dessa forma, o evento mais relevante será a decisão do FOMC na quarta-feira, acompanhada da declaração de Powell e da coletiva de imprensa, que deverão ser analisadas com atenção em busca de qualquer sinal sobre futuros cortes de juros. Ao longo da semana, investidores também acompanharão dados macroeconômicos importantes dos EUA, que poderão influenciar significativamente o desempenho do dólar e, por consequência, a dinâmica do mercado de metais preciosos.

Do ponto de vista técnico, a perda da mínima registrada na sexta-feira foi vista como um gatilho importante para a pressão vendedora. No entanto, os osciladores no gráfico diário permanecem mistos, e a incapacidade de sustentar o movimento abaixo do nível de 3.316 dólares ainda não confirma um viés baixista. Assim, posições de venda devem ser consideradas somente se o preço romper de forma consistente esse suporte, o que poderia abrir espaço para uma correção em direção ao patamar psicológico dos 3.300 dólares ou abaixo disso.

Por outro lado, qualquer movimento de alta encontrará resistência próxima à média móvel simples (SMA) de 200 períodos no gráfico de 4 horas, em torno de 3.350 dólares. Um rompimento acima desse nível pode iniciar a cobertura de posições de vendas e impulsionar o ouro em direção à zona de oferta entre 3.371 e 3.373 dólares. A continuidade do movimento comprador acima dessa faixa poderia abrir caminho para uma valorização em direção ao nível psicológico de 3.400 dólares ou superior.