O padrão de ondas no gráfico de 4 horas para o EUR/USD permanece inalterado há vários meses consecutivos. A formação da seção de tendência ascendente continua, sustentada por um contexto de notícias que favorece praticamente todas as moedas, exceto o dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump tinha como objetivo aumentar as receitas do governo e eliminar o déficit comercial. No entanto, essas metas não foram alcançadas: os acordos comerciais vêm sendo firmados apenas sob forte pressão, e a chamada "One Big Law" (Grande Lei Única) de Trump deve elevar a dívida nacional dos EUA em 3 trilhões de dólares nos próximos anos. O mercado mantém uma visão bastante negativa sobre os primeiros seis meses de governo de Trump, considerando suas ações uma ameaça à estabilidade e à prosperidade dos Estados Unidos.
Atualmente, a onda 3 segue em desenvolvimento e pode vir a ter uma extensão bem maior do que aparenta neste momento. Ainda assim, sua estrutura interna já se assemelha a uma formação de cinco ondas, o que pode indicar que esteja próxima de conclusão. Caso essa hipótese se confirme, é provável que o movimento de alta continue nos próximos meses, mas, no curto prazo, podemos esperar o surgimento de uma sequência de ondas corretivas. As chances de Trump abandonar suas políticas comerciais, por ora, são praticamente nulas.
Na terça-feira, o par EUR/USD recuou 70 pontos-base. Contudo, a volatilidade do mercado nesta semana tem sido muito baixa, o que é um tanto surpreendente, dado o cenário de notícias relevantes. Vale lembrar que, na semana passada, Donald Trump começou a enviar "cartas de advertência" aos parceiros comerciais, notificando-os sobre novas tarifas para produtos importados. Até o momento, essas tarifas revisadas afetam 25 países. No entanto, nem na semana passada nem nesta o mercado apresentou qualquer reação significativa a essas notícias. No passado, cada novo anúncio de tarifas costumava provocar uma queda acentuada na demanda por dólares americanos. Agora, porém, o mercado parece reagir com indiferença.
Pode-se supor que o mercado já tenha precificado o pior cenário possível de uma guerra comercial global, o que implicaria que o dólar americano já absorveu completamente esse fator. No entanto, se fosse esse o caso, estaríamos observando um aumento na demanda pela moeda — o que não está ocorrendo. Em vez disso, o mercado apresentou um movimento estagnado nesta semana. Portanto, concluo que estamos diante de uma calmaria temporária e que os impactos da guerra comercial ainda não foram totalmente incorporados à taxa de câmbio do dólar.
Hoje foram divulgados os dados da inflação dos EUA referentes a junho. Como esperado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu de 2,4% para 2,7% em relação ao ano anterior. As expectativas do mercado coincidiam com o número efetivo, mas, ainda assim, o dólar avançou cerca de 70 pontos. O aumento da inflação confirma que a projeção de Jerome Powell está se concretizando. O presidente do Fed já havia alertado contra conclusões precipitadas sobre a queda da inflação, enfatizando que as tarifas impostas por Trump "ainda não tiveram impacto total na economia". Nos últimos três meses, a inflação vem acelerando, validando a visão de Powell. Pessoalmente, considerei isso evidente desde o início.
Resumo
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua a formar um segmento de tendência de alta. O padrão de ondas permanece totalmente dependente do contexto noticioso relacionado com as decisões de Trump e a política externa dos EUA, sem que se vislumbrem desenvolvimentos positivos.
Os alvos para este segmento de tendência podem estender-se até ao nível 1,2500. Portanto, continuo a considerar oportunidades de compra, com alvos próximos de 1,1875, correspondentes ao nível de Fibonacci de 161,8%, e superiores. No curto prazo, uma sequência de ondas corretivas é esperada, portanto, novas compras de euro devem ser feitas somente após a conclusão dessa correção.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Formações complexas são difíceis de negociar e evoluem frequentemente.
- Se você não tiver certeza sobre a situação do mercado, é melhor ficar fora.
- Não existe 100% de certeza na direção dos preços. Sempre use ordens Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.