No final da última sessão regular, os índices acionários dos E.U.A. fecharam em alta. O S&P 500 subiu 0,94%, enquanto o Nasdaq 100 ganhou 1,55%. O Dow Jones Industrial Average subiu 0,74%.
No entanto, durante o pregão desta manhã, os futuros dos índices dos EUA caíram e os preços do petróleo subiram depois que o presidente Donald Trump pediu a evacuação de Teerã - declarações que contrastaram com o otimismo anterior de que as tensões entre Israel e o Irã não se transformariam em um conflito mais amplo.
O mercado reagiu de imediato, refletindo uma volatilidade que evidencia a incerteza em torno da situação geopolítica. Os investidores avaliam ativamente as possíveis consequências de uma intervenção militar e seu impacto sobre o fornecimento global de petróleo. Caso a evacuação de Teerã seja confirmada, isso poderá sinalizar uma intensificação significativa dos preparativos para um eventual conflito, aumentando a probabilidade de interrupções no abastecimento de petróleo proveniente dessa região estratégica. A situação exige atenção redobrada de líderes globais e instituições diplomáticas, na tentativa de evitar uma escalada maior e estabilizar os mercados.
Enquanto persistir a incerteza política, os preços do petróleo devem permanecer voláteis, refletindo o temor e a expectativa em torno dos próximos desdobramentos. Os efeitos desse cenário já são sentidos não apenas no setor de energia, mas em toda a economia global, evidenciando a forte correlação entre geopolítica e finanças.
Os futuros do S&P 500 caíram 0,7% após comentários de Donald Trump nas redes sociais, feitos durante a cúpula do G7, em Alberta. Não está claro exatamente a que ele se referia, mas, horas antes, Trump havia declarado que o Irã queria negociar. Os índices europeus também recuaram, enquanto as bolsas asiáticas operaram sem grandes alterações.
O presidente dos EUA encerrou sua participação no G7 antecipadamente e afirmou que seu retorno a Washington não estava relacionado a um cessar-fogo. O ouro subiu, enquanto o dólar americano e os rendimentos dos Treasuries permaneceram relativamente estáveis.
As mudanças no sentimento de mercado provocadas pelas hostilidades entre Israel e Irã persistem, à medida que os traders avaliam o risco de uma escalada e de um eventual envolvimento mais amplo. O foco dos investidores permanece sobretudo nos preços do petróleo — uma commodity que vinha sendo negociada próxima dos níveis registrados durante a pandemia e que agora se tornou uma fonte inesperada de pressão inflacionária.
Mais cedo, Trump afirmou que o Irã estaria interessado em discutir uma desescalada com Israel, embora os dois lados continuem trocando ataques. Questionado sobre uma possível participação militar mais ativa dos EUA, o presidente preferiu não comentar.
O Brent oscilou entre ganhos e perdas após uma alta de 2,7%. Vale lembrar que os produtores do Oriente Médio exportam cerca de um quinto da oferta diária de petróleo mundial pelo Estreito de Ormuz — e os preços podem disparar caso Teerã tente interromper os embarques nessa rota estratégica.
No campo das negociações comerciais, durante a cúpula do G7, no Canadá, Trump e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, não conseguiram chegar a um acordo sobre um pacote comercial. No entanto, Trump firmou um acordo com o premiê britânico, Keir Starmer, para implementar os termos anunciados no mês passado, que reduzirão as tarifas dos EUA sobre importantes exportações britânicas e ampliarão as cotas do Reino Unido para determinados produtos agrícolas americanos.
Em outras notícias, o Banco do Japão manteve sua taxa básica de juros inalterada, conforme esperado, e anunciou a redução gradual do ritmo de compra de títulos no próximo ano, como medida de precaução diante do aumento da volatilidade nos mercados. O iene reagiu pouco à decisão.
Nos próximos dias, Wall Street estará focada na decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira, com expectativa de que o banco central mantenha as taxas de juros inalteradas. Os investidores aguardam atentamente as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em busca de sinais sobre o que poderia, afinal, motivar uma mudança na política monetária — e quando isso poderia ocorrer.
Perspectiva técnica do S&P 500
O principal objetivo dos compradores hoje é romper a resistência mais próxima, em US$ 6.013. Se isso acontecer, abrirá caminho para uma movimentação em direção ao próximo nível, em US$ 6.030. Outro alvo igualmente importante para os touros é manter o controle acima de US$ 6.047, o que fortaleceria ainda mais suas posições.
Caso ocorra um movimento de queda, em meio à redução do apetite por risco, os compradores precisarão defender a região de US$ 5.999. A perda desse nível pode acelerar o recuo para US$ 5.986 e, possivelmente, abrir espaço para uma queda até US$ 5.975.