Durante vários dias, o Bitcoin pairou acima do nível de US$ 105.000, aparentemente em compasso de espera. Mas hoje, rompeu essa barreira. Assistimos a uma fase clássica de consolidação antes de um possível movimento de alta. Agora, o alvo principal está em US$ 110.000 — e essa meta está mais próxima do que parece.
Mais importante ainda, essa zona de resistência pode ser rompida com tamanho impulso que a próxima parada pode estar na faixa de US$ 150.000.
Tecnicamente, isso é pura mecânica de mercado. Mas a verdadeira história se desenrola em outro nível — onde liquidez global, geopolítica e investimentos institucionais se combinam para formar uma tendência poderosa. Vamos entender o que isso significa.
M2 como bússola cripto: por que o crescimento do Bitcoin é uma questão de "quando", e não de "se"
À primeira vista, o Bitcoin é um ativo descentralizado, supostamente independente dos fluxos financeiros governamentais. No entanto, a análise da oferta monetária M2 sugere o contrário.
Um analista cripto desenvolveu um modelo com defasagens de 68 e 76 dias entre o crescimento global do M2 e os movimentos do preço do Bitcoin — e a precisão do modelo deixa pouco espaço para dúvidas.
O atraso de 68 dias mostra uma impressionante correlação de 89,9% nos últimos 90 dias. Já o modelo mais longo, de 76 dias, atinge 92,2% em um horizonte de 18 meses. Isso não é apenas estatística — é um indicativo claro da dependência do Bitcoin da liquidez global, que atualmente segue em expansão.
Tecnicamente, o Bitcoin já deveria estar acima de US$ 120.000. Seu nível atual reflete, provavelmente, um atraso provocado pelos ruídos geopolíticos. Contudo, com a oferta monetária global ainda crescendo e o Bitcoin se consolidando, não estamos no topo — estamos no início de um novo ciclo de alta.
Baleias entrando no mercado: uma estratégia que não permite erros
Enquanto os investidores de varejo continuam nervosos, os principais players estão agindo de forma decisiva. No centro das atenções está uma baleia criptográfica, ou seja, a empresa chamada Strategy, cujas ações estão longe de ser especulação comum. Entre 9 e 15 de junho, a Strategy comprou 10.100 BTC a um preço médio de US$ 104.080. Seu patrimônio total agora é de 592.100 BTC, com um preço médio de entrada de US$ 70.666 — um investimento no valor de dezenas de bilhões de dólares.
Esta é uma estratégia de meses que claramente aposta em um crescimento constante. Além disso, os movimentos de grandes investidores como esse podem, por si só, desencadear um FOMO generalizado em todo o mercado.
Geopolítica como ruído, não como tendência: o mercado aprende a ignorar ameaças
O conflito entre Israel e Irã, as declarações repentinas de Trump, os picos de volatilidade sobre possíveis sanções ou tarifas — tudo isso está perdendo sua capacidade de influenciar o comportamento dos investidores. Os grandes fundos se adaptaram ao ruído político. Eles não estão investindo em um cenário de "amanhã pacífico", mas em ativos capazes de resistir a guerras, eleições e recessões.
Exemplo? Na semana passada, US$ 1,9 bilhão fluiu para fundos de criptomoedas, com US$ 1,3 bilhão indo para o Bitcoin. Isso marca a nona semana consecutiva de entradas. O total de entradas em fundos de criptomoedas para 2025 atingiu US$ 13,2 bilhões, com US$ 12,9 bilhões chegando apenas nos últimos dois meses.
Esta é uma redistribuição global de capital — e está longe de terminar.
Os produtos vendidos estão crescendo — mas não como você imagina
Em meio aos fluxos positivos para o Bitcoin, os fundos de venda — que apostam na queda da criptomoeda — também atraíram US$ 3,7 milhões na semana passada. Um sinal de reversão? Não exatamente. O volume total nesses fundos ainda é de apenas US$ 96 milhões — um valor insignificante diante da capitalização de mercado trilionária do Bitcoin.
Essas posições são, muito provavelmente, estratégias de hedge, e não apostas genuínas em um colapso — uma rede de segurança para o caso de um evento "cisne negro".
O mais relevante é que o grande capital não está saindo do mercado — está entrando. Isso sinaliza que os investidores institucionais não estão esperando uma queda, e sim se posicionando para um novo ciclo de alta.
Por que o Ethereum e as altcoins estão ficando para trás no momento
O Ethereum está de volta ao jogo: os fundos focados em ETH atraíram US$ 583 milhões na semana passada — o maior valor desde fevereiro. O total de investimentos em fundos ETH atingiu US$ 2 bilhões. Enquanto isso, em 13 de junho, os ETFs à vista registraram uma pequena saída de US$ 2,1 milhões — insignificante, mas reveladora: os investidores continuam cautelosos.
O mercado continua a ver o ETH como um ativo de segunda linha, atrás do Bitcoin. Toda a atenção continua focada no principal participante. Assim que o BTC ultrapassar US$ 110.000 e avançar para US$ 130.000–US$ 150.000, as altcoins seguirão o mesmo caminho. É apenas uma questão de tempo.
O segundo nível — XRP, SUI e outros — também registrou entradas. Mas, por enquanto, isso continua sendo ruído de fundo. A principal aposta da temporada é o Bitcoin.
Para onde está indo o dinheiro? Os Estados Unidos ditam o tom
A principal fonte de entradas continua sendo os Estados Unidos. Todos os US$ 1,9 bilhão em investimentos na semana passada vieram de lá. Alemanha, Suíça e Canadá estão registrando volumes positivos, mas menores. Ásia e América do Sul registraram saídas — mais notavelmente, US$ 56,8 milhões saíram de Hong Kong.
Isso sinaliza uma mudança no poder de mercado. Apesar da instabilidade política, o Ocidente continua sendo o líder do mercado de criptomoedas. Como resultado, as tendências formadas nos EUA definirão o tom para os próximos meses.
Conclusão
O Bitcoin está em equilíbrio temporário. A liquidez global está crescendo, grandes investidores estão entrando no mercado, os fundos institucionais continuam recebendo influxos e a geopolítica não é mais um grande obstáculo. Tudo isso aponta para uma coisa: o Bitcoin está se preparando para uma alta.
Se os modelos de correlação M2 se mantiverem, o Bitcoin poderá ultrapassar US$ 110.000 já em julho e chegar a US$ 150.000 em agosto.