O par GBP/USD despencou rapidamente nesta segunda-feira. Os Estados Unidos, representados pelo secretário do Tesouro Scott Bessent, anunciaram os primeiros sinais de progresso nas negociações comerciais com a China. Após uma reunião bilateral realizada na Suíça, Pequim e Washington concordaram em reduzir as tarifas em 115%. Essa notícia impulsionou o mercado a comprar o dólar americano.
O caminho futuro do GBP/USD espelha o do EUR/USD. Se o processo de desescalada continuar e a equipe de Trump continuar assinando acordos comerciais com países anteriormente atingidos por tarifas, o dólar seguirá se fortalecendo. A guerra comercial foi o único motivo da queda do dólar nos últimos meses, e agora a desescalada dessa guerra é a única razão para sua valorização. Somente quando o conflito for oficialmente encerrado é que o mercado voltará sua atenção para os dados macroeconômicos e fundamentais, que atualmente estão sendo ignorados. Quando esse momento chegar, a libra esterlina poderá enfrentar dificuldades.
Vale lembrar que o dólar sempre teve motivos para se fortalecer, mas o mercado ignorou o pano de fundo positivo dos EUA. A economia britânica permanece fraca, e seus indicadores macroeconômicos não são mais robustos do que os dos Estados Unidos. Além disso, o Banco da Inglaterra já cortou sua taxa de juros básica duas vezes em 2025, ao contrário do Federal Reserve. Esses fatores, por si só, indicam que o dólar continuará a se valorizar em relação à libra quando a guerra comercial terminar.
Para entender onde o par pode estar indo em 2025 sob condições favoráveis ao dólar, deve-se observar o gráfico semanal. Ele mostra claramente que o dólar encontrou a presidência de Trump por volta da faixa de 1,2300 e estava se preparando para retomar uma tendência de alta que já dura 16 anos. Portanto, o primeiro alvo do par deve ser um retorno à zona de 1,23–1,24 — algo bastante realista, caso acordos comerciais sejam assinados com todos ou com a maioria dos países na "lista negra" de Trump.
Além disso, o mercado se lembrará de que o Fed mantém uma taxa próxima ao seu pico, mesmo que todo o ciclo de afrouxamento monetário já tenha sido precificado diversas vezes. O mercado perceberá que a economia dos EUA está novamente pronta para crescer e se expandir, ao contrário da britânica. Já vínhamos prevendo uma queda da libra esterlina há três meses, mas a guerra comercial de Trump atrapalhou essa perspectiva. Se a guerra comercial chegar ao fim, o que mais se pode esperar da libra além de uma nova queda? Mesmo agora, no gráfico semanal, é evidente que toda a alta desde setembro de 2022 até hoje foi apenas uma correção dentro de uma tendência de baixa global — e essa tendência ainda não terminou.
É importante lembrar que Trump pode surpreender — e algumas dessas surpresas podem não ser bem recebidas pelos traders, pelo dólar ou pela economia dos EUA. Portanto, como antes, tudo depende do presidente americano.
A volatilidade média do GBP/USD nos últimos cinco dias de negociação é de 125 pips, o que é considerado alto para este par. Hoje, esperamos que o par se mova dentro de uma faixa definida por 1,3060 e 1,3310. O canal de regressão de longo prazo permanece em alta indicando uma tendência de alta contínua . O indicador CCI formou uma divergência de baixa, o que desencadeou o declínio mais recente.
Níveis de suporte maus próximos:
S1 – 1.3184
S2 – 1.3062
S3 – 1.2939
Níveis de resistência mais próximos:
R1 – 1.3306
R2 – 1.3428
R3 – 1.3550
Recomendações de negociação:
O par GBP/USD mantém uma tendência de alta, mas retomou uma correção após o avanço do acordo comercial entre a China e os EUA. Se o arrefecimento do conflito comercial continuar - como parece provável - o dólar poderá retornar rapidamente à faixa de 1,2300 a 1,2400, de onde seu declínio começou em meio à guerra tarifária de Trump.
Portanto, nas atuais circunstâncias, as posições de compra não são consideradas relevantes. As posições de venda permanecem atrativas, especialmente se o preço ficar abaixo da média móvel. Os alvos iniciais são 1,3062 e 1,2939.
Explicação das ilustrações
Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma forte tendência.
A linha de média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
Os níveis de Murray funcionam como níveis-alvo para movimentos e correções.
Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas com base nas leituras de volatilidade atuais.
Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), ele sinaliza uma iminente reversão de tendência na direção oposta.